por Suelen Hofrimann em 21/07/2021
Sua empresa merece a melhor versão possível de cada processo, mas nem sempre essa versão almejada é o que existe hoje, concorda? Enquanto o AS IS retrata o estado atual dos seus processos, a modelagem to be é a representação do futuro considerando todas as mudanças e aperfeiçoamentos.
O to be, ou redesenho, é uma das fases mais desejadas e desafiadoras do ciclo BPM. Por isso, muitas pessoas têm dúvidas sobre como conduzir essa etapa da melhor forma possível.
Nesse artigo você vai entender melhor a importância da modelagem to be, além de conhecer algumas dicas que podem te ajudar a alcançar o sucesso nessa fase do seu projeto de melhoria.
Não é coerente falar de modelagem to be sem falar de AS IS, afinal ambas são etapas do mesmo ciclo. A diferença entre elas está no estado dos processos. Enquanto o AS-IS tem o objetivo de retratar fielmente, através de um diagrama, como o processo funciona no momento atual, o to be visa o futuro.
Veja no ciclo BPM:
O AS IS aparece no começo do ciclo, sendo representado pela fase de modelagem. O to be surge lá no final. Ambos são modelagens, a diferença é que na fase AS IS não devemos nos preocupar em julgar os processos, precisamos apenas representá-los como são deixando as críticas e pontos de melhoria para serem levantados nas fases seguintes.
Conhecendo essas características podemos dizer que o AS IS é mais documental. Isso não quer dizer que seja menos importante, pois é o ponto de partida para todos os próximos passos de um projeto de BPM.
Já o to be tem uma essência diferente. Prevê um estado que só pode ser alcançado com mudanças e refinamentos práticos. A modelagem to be, então, é um importante documento para apoiar as iniciativas de melhoria contínua nas empresas, mas é o conjunto da obra que faz toda a diferença.
Leia também: Mapeamento de processos AS IS – Melhorando os resultados do seu negócio
Como estamos falando de um ciclo, devemos lembrar que o processo que hoje é to be, se tudo der certo, será um AS IS. Tudo está interligado! Por isso, precisamos compreender o processo atual com clareza para sermos capazes de determinar o que será mantido, o que deve ser aperfeiçoado e o que deve ser eliminado.
Para te ajudar nessa missão, separei algumas dicas breves para que você seja bem-sucedido na sua modelagem to be.
Na modelagem to-be é necessário levantar possibilidades analisando cada parte do processo com detalhes. Tenha certeza que seu AS IS está fiel ao cenário atual e busque entender o que a organização pretende com esse fluxo.
Por que ele existe? Por que precisamos melhorá-lo? O que esperamos das melhorias? É necessário entender onde estamos para traçar uma nova rota. Uma boa técnica para isso são as entrevistas com os principais envolvidos no processo. Identifique o objetivo a partir da visão de cada membro da equipe.
Existe um motivo para a documentação dos processos ser tão importante: a mente das pessoas não é um lugar seguro. A documentação deve ser acessível e clara, a ponto de uma pessoa com menos domínio do assunto ser capaz de compreendê-la.
Destaque os pontos diferentes entre o to be e o AS IS. Lembre-se que o nosso objetivo quando fazemos uma modelagem to be é que as pessoas que trabalham nesses processos adotem as mudanças propostas para que, assim, ele se torne o novo AS IS.
Será que o caminho feliz é realmente o caminho feliz? A regra realmente é a regra? A exceção é realmente a exceção? Para construir uma boa modelagem to be é importante levantar hipóteses e considerar todas as possibilidades.
Conscientize os envolvidos, tanto executores quanto a alta gestão, sobre a importância da revisão de cada ponto do processo para que eles te ajudem a ir mais fundo nos detalhes. Trabalhe em cada parte do fluxo separadamente. Considere os possíveis erros que podem acontecer e pense em formas diferentes de realizar a mesma atividade.
Ao final desta análise você terá insumos suficientes para traçar uma modelagem to be coerente e realmente otimizada.
O should be é o retrato da expectativa dos envolvidos, especialmente da alta gestão. Ele não representa exatamente o cenário ideal, mas com certeza é o que as pessoas gostariam que o processo fosse.
É necessário ter cuidado com isso para não desconsiderar o desejo dos gestores sem antes explicar a eles o porquê. Isso é muito importante porque, em qualquer projeto, as pessoas podem ajudar ou atrapalhar o andamento das coisas. Quanto mais a equipe abraçar as mudanças, melhor. E quando falamos de expectativas frustradas temos a tendência de ir na contramão desse objetivo.
Por isso, é importante mostrar visões de futuro entusiasmantes, ressaltando objetivos comuns entre as áreas participantes, para que todos tenham motivos para se importar com esses processos.
Essas foram as dicas de hoje, espero que tenha gostado e que esse conhecimento te ajude a construir processos mais eficazes. Agora, que tal ir além? Baixe nosso ebook ‘Mapeamento de processos em 3 etapas’ e entenda como é possível conhecer melhor seus processos, sem mistério e sem enrolação.
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