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Conheça os principais problemas hospitalares que afetam a gestão de instituições de saúde


Os problemas hospitalares relacionados à gestão têm potencial para se desdobrar em diversos prejuízos. Há muito tempo especialistas têm olhado para o prisma dos investimentos hospitalares com críticas sobre como os recursos têm sido direcionados. 

Segundo a presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz, em matéria para a Agência Nacional, cerca de 30% dos investimentos em saúde privada no Brasil são desperdiçados.

Segundo ela, o excesso de exames realizados sem necessidade e o déficit de qualidade no treinamento dos profissionais de saúde podem ser os principais motivos.

Apesar de haver controvérsias em relação a essa fala da profissional, a questão do desperdício no sistema de saúde não é infundada. De acordo com um relatório divulgado em 2010 pela OMS, cerca de 20% a 40% dos gastos hospitalares eram desperdiçados por ineficiência.

De lá para cá, poucas mudanças ocorreram. Com a pandemia do coronavírus vimos o aumento de demandas sem adição proporcional dos recursos suficientes para atendê-las. O próprio caos.

Assim, podemos dizer que grande parte dos problemas hospitalares é resultado da própria natureza complexa das instituições de saúde. Para a administradora hospitalar, Iza dos Santos, segundo citado em matéria do Portal GesSaude, é preciso reestruturar processos e capacitar a mão de obra.

Os problemas hospitalares de gestão que podem prejudicar o desempenho dos hospitais estão em todos os níveis da instituição. Veja a seguir alguns exemplos.

 

Gestão de pessoas e seus desafios

Segundo a pesquisa mais recente do American College of Healthcare Executives sobre os principais desafios enfrentados pelos hospitais em 2021, a escassez de profissionais é o principal problema hospitalar apontado por CEOs de instituições médicas.

Os RHs estão se desdobrando para criar estratégias de fidelização dos membros do time, já que a rotatividade de funcionários é um problema para hospitais e encontrar bons profissionais para algumas especialidades não é a coisa mais fácil do mundo.

Além disso, existem os desafios de ordem administrativa, já que as diferentes formações agregam uma certa complexidade à contratação devido às questões legais e burocráticas envolvidas. Considerando que as instituições geralmente têm extensos quadros de colaboradores, pode ser bastante desafiador gerenciar tanta gente com qualificações, tipos de contratação e especialidades distintas.

 

Desafios financeiros

É a primeira vez desde 2004 que os problemas financeiros ficam em segundo lugar na lista de prioridades imediatas de hospitais na pesquisa da ACHE. Embora os resultados reflitam a realidade de instituições dos EUA, podemos tirar alguns aprendizados para o nosso contexto nacional.

Vemos que para 87% dos CEOs que responderam a pesquisa a principal preocupação tem sido o aumento dos custos com pessoal e suprimentos,  seguido de uma necessidade em diminuir os custos operacionais (53%).

Assim, vale a pena refletir sobre a importância de manter o equilíbrio entre ter estoque dos recursos físicos que não podem faltar no hospital – como medicamentos, materiais e equipamentos – mas ao mesmo tempo gerenciar esses recursos para evitar desperdícios e custos elevados.

Nesse sentido, a logística e o trabalho dos departamentos de suprimentos deve criar estratégias para lidar com a imprevisibilidade de fornecimento, controle de prazos de validade, aumento repentino de demandas em casos de surtos e epidemias, entre outras coisas.

É preciso manter controles rígidos para garantir que os materiais certos estejam disponíveis em cada atendimento, sem que estoques muito extensos sejam mantidos.

 

Outros problemas hospitalares

A lista de problemas hospitalares levantados pela pesquisa ainda sinaliza diversas outras urgências hospitalares que são motivo de preocupação para gestores de hospitais. São elas:

  • Segurança do paciente
  • Problemas comportamentais de saúde/dependência
  • Mudanças governamentais
  • Acesso à saúde
  • Satisfação do paciente
  • Relações dos médicos com o hospital
  • Tecnologia
  • Gestão da saúde populacional
  • Reorganização (por exemplo, fusões, aquisições, reestruturações, parcerias)

Todas essas questões podem fazer parte do dia a dia dos gestores hospitalares. É importante parte do trabalho planejar ações para minimizar as dificuldades geradas por esses problemas comuns no ambiente da saúde.

Vale lembrar que hospitais são como qualquer empresa, no entanto, lidar com vidas faz com que os pontos se tornem mais críticos na medida em que afetam os atendimentos.

Aproveite para ler: Interoperabilidade na saúde – por que é tão desafiador colocar em prática?

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