O que é DMN – Decision model notation e qual a relação com o BPMN?
por Suelen Hofrimann em 08/07/2020
O diagrama DMN, Decision Model and Notation, é uma notação específica para mapeamento de decisões e regras de negócios que está sendo usada pelas empresas em conjunto com o já conhecido BPMN.
Quando começamos a pensar em nossos processos, a importância das regras de negócios fica implícita, porém, esse tema ainda é confuso para muita gente, especialmente para quem não tem muita familiaridade com a disciplina BPM.
Até pouco tempo, este tema não tinha o suporte de uma notação específica e, muitas vezes, os processos ficavam girando em círculos devido a rasa otimização das regras de negócios.
O DMN surge então como uma solução para isso. Claro que esse é um nível profundo, que geralmente se aplicará em processos mais complexos e maduros, mas vale muito a pena conhecer mais essa notação, pois com isso você também entenderá melhor a importância das regras de negócios na otimização dos seus processos.
Antes de mais nada vamos relembrar alguns conceitos importantes.
Qual é o seu caminho feliz?
Já ouviu falar no conceito de caminho feliz? Em BPM se fala muito dessa ideia. O caminho feliz é a rota padrão considerada ideal para entregar valor ao cliente do processo.
Imagine os trilhos de um trem. Existe o caminho principal e os desvios, todos os percursos possíveis são estabelecidos previamente e no dia a dia o trem se movimenta de acordo com a direção desejada.
Com os processos funciona de forma semelhante: existe o caminho feliz, que trata as demandas que cumprem os requisitos ideais, mas como devemos tratar as exceções? Para elas é necessário um caminho alternativo, com desvios configurados de acordo com as regras de negócios.
Então, o que são Regras de negócios?
Assim, podemos dizer que as regras de negócios são as condições pré-estabelecidas e as informações obtidas no processo para determinar os caminhos para tratar diferentes situações. Essa lógica depende das necessidades e estratégias da empresa e, geralmente, são conhecimentos que vivem apenas na mente das pessoas da organização, até que alguém decida documentá-las.
A complexidade das regras depende do processo em questão. Em tarefas manuais e recorrentes, por exemplo, podem ser simples e até subentendidas (reprovou, clicou no botão, faltou o documento, etc.), mas em níveis mais estratégicos é necessário um estudo mais profundo.
Na notação BPMN as regras de negócios criam os desvios que são representados pelos gateways. E aqui vale a pena esclarecer uma confusão frequente de que o desvio se dá sempre através de perguntas aos processos. Veja o que Gart Capote diz a respeito em seu livro Medição de Valor de Processos para BPM:
“O Desvio (gateway) não é um ponto onde fazemos uma pergunta ao processo. É um ponto onde devemos receber as informações decorrentes de uma decisão tomada anteriormente (provavelmente em uma atividade)…”
Ou seja, os gateways não se resumem no “sim” ou “não”, mas mostram caminhos alternativos para diferentes situações, de acordo com o que já foi estabelecido (regras de negócios), com o BPMN é possível mostrar onde os desvios acontecem mas muitas vezes não fica explicado de forma inteligível a todos o porquê de cada decisão.
E é aí que a notação DMN entra em ação.
Leia também: O que são regras de negócios na gestão de processos e qual sua importância?
Finalmente, o que é DMN – Decision model notation ?
Como já adiantei brevemente na introdução deste conteúdo, o Decision model and notation é uma linguagem de padrão aberto, criada a partir de uma iniciativa da OMG (Object Management Group) para modelar e especificar regras e decisões de negócios. Apesar de ser possível usá-lo separadamente, o DMN funciona perfeitamente como um complemento à notação BPMN e / ou CMMN
Segundo a OMG, esses três padrões constituem a “tríplice coroa” dos processos. Obviamente não são todos os processos que exigem o uso de todas elas, é necessário avaliar cada atividade a fim de entender a fundo a necessidade e a prioridade do momento, mas o uso de diferentes notações, ou até de todas elas, é um passo necessário para algumas organizações e geralmente recomendado para processos mais complexos e cheios de requisitos.
O objetivo da DMN é evidenciar as decisões e regras de negócios de forma transparente e fácil de entender, facilitando a leitura e entendimento de todos os envolvidos, sejam pessoas de negócios ou de nível técnico.
Benefícios do Decision Model Notation
Apesar de ser uma técnica relativamente nova, a notação DMN tem muito a agregar aos processos. Alguns dos benefícios são:
- Tornar os processos mais eficientes;
- Transformar as regras em ativos de conhecimento;
- Democratizar e tornar a tratativa das regras acessível às pessoas de negócios;
- Criar motores de regras e processos mais eficientes;
- Evitar fraudes e desconformidades;
- Maior facilidade e rapidez na disseminação de uma nova regra ou política;
- Tratativa automática de exceções, de acordo com a necessidade da empresa;
- E muito mais.
Certamente utilizar o Decision Model and Notation na sua organização é uma iniciativa que pode ajudar no melhor entendimento das decisões de negócios. O diagrama DMN é desenhado em paralelo com o BPMN, separando as regras para explicar o porquê de cada uma com o uso de elementos específicos.
O padrão DMN é composto por 3 subdivisões:
1- Nível de requisitos
Composto pelo conjunto de elementos gráficos básicos utilizados na construção dos diagramas. São quatro elementos principais:
- Decisões – as decisões representam um ponto em que, a partir da lógica de decisão, uma ou várias entradas geram saídas. Para alcançar esse resultado, diversos elementos do modelo de conhecimento de negócio podem ser necessários;
- Dados de entrada – São informações que representam entradas para o modelo de conhecimento de negócios. É um requisito. Ex: inserir CPF do titular da conta para levantamento de débitos;
- Fontes de conhecimento – descrevem a política, regulamentação, autoridade ou simplesmente a cultura empresarial em que se baseia a decisão ou função do modelo de negócios.
- Modelos de conhecimento de negócios – É aqui que se armazena a lógica dos processos. Representa as tabelas de regras, parâmetros ou condições. Ex: Se dever mais que $500 o crédito é negado imediatamente, se dever menos que isso segue para aprovação do gerente do setor.
2- Nível de lógica
É a tabela de decisões, com especificação das regras que transformam entradas em saídas:
3- Linguagem de expressões
A FEEL “Linguagem de Execução Amigável suficiente” é usada para formalizar e escrever a lógica de decisão.
E aí, o que você achou do DMN – Decision model and notation?
Esse tema é relativamente novo, mas acredito que ficou claro o quanto essa notação pode agregar na otimização e modelagem de processos, principalmente, os mais complexos. Se este for o seu caso, este é o caminho perfeito.
Se o que você precisa é tratar regras de negócios de processos manuais e repetitivos, e quer apenas automatizar um fluxo de trabalho específico de forma rápida e simples, existem ferramentas que podem ajudá-lo.
Aliás, para esse tipo de processo, te convido a conhecer melhor o holmes. Não somos uma ferramenta tradicional de BPM, usamos apenas o essencial da notação BPMN para facilitar a modelagem dos processos e permitir uma parametrização simplificada, porém poderosa, das regras de negócios de tarefas e processos de apoio.
Ou seja, sabe aquelas rotinas que tem uma recorrência gigante e que precisam estar sempre em dia para evitar o caos na organização e aquelas tarefas que você tentou controlar no kanban, confiando que os colaboradores guardassem as regras de negócios na memória, mas viu que seus fluxos ficaram girando em círculos, cheios de pontas soltas e com um poder de controle pequeno? Pois é, com o holmes você mesmo as automatiza, controla, otimiza e ainda coloca o seu motor de regras pra funcionar, da forma que preferir, mesmo que você não seja um expert em TI.
Vale a pena conhecer. E se quiser conversar mais sobre isso, só clicar no botão aqui embaixo e preencher o formulário de contato.
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