A transformação digital na indústria tem sido uma prioridade para líderes do mundo todo. A indústria 4.0 tem avançado com a proposta de ser uma nova revolução para o setor, mas a dependência de tecnologia, que envolve também a revisão de diversos aspectos estruturais das empresas, levanta desafios que podem deixar muitos negócios aquém do esperado.
A sobrevivência dessas organizações nessa nova fase das indústrias depende da revisão dos modelos de negócios e da adaptação de mentalidade e cultura das pessoas. Assim, temos desafios para cada um dos três pilares da transformação digital: pessoas, processos e tecnologia.
Silos, falta de visão e muitas opções de tecnologia
Segundo pesquisa realizada pela Deloitte com 2 mil líderes C-level do mundo todo, três dos principais desafios da transformação digital nas indústrias são: os silos, a falta de visão e as muitas opções tecnológicas.
Para vencer esses obstáculos, é essencial que as empresas do setor industrial revejam seus modelos de negócios e mudem a mentalidade para assumir novos posicionamentos no mercado. Esse alerta deve ser levado a sério, especialmente em organizações legado, pois para elas pode ser mais difícil a adaptação nessa nova realidade.
Aos nativos digitais pode ser mais fácil absorver novas tecnologias e atender às expectativas dos consumidores modernos. Mas é importante compreender que a Indústria 4.0 não se limita a absorver tecnologias como Internet das coisas, inteligência artificial ou automação industrial, é preciso assumir uma visão estratégica para oferecer serviços ao invés de produtos, diferente do que acontece nos modelos tradicionais.
Outra característica da indústria 4.0 é a capacidade de gerar insights através dos dados, um exemplo de como isso pode mudar a forma como trabalhamos está na geração de ações proativas de atendimento e resolução de problemas apontados pelos dados. Em outras palavras, é como identificar e resolver problemas antes que o usuário perceba e reclame, uma forma de atendimento mais proativa baseada na antecipação. Essa estratégia está relacionada a um conceito chamado data driven, onde os dados conduzem o negócio.
Por isso, a jornada do cliente deve assumir cada vez mais protagonismo nos modelos de negócios digitais industriais, sendo alvo de melhoria contínua tanto nos processos, quanto nas tecnologias e, claro, na interação com todas as pessoas envolvidas. Ou seja, a transformação digital mais pura que existe.
Os desafios da TI nas indústrias
Devido às muitas demandas, tanto na produção quanto nas áreas de negócios, podemos considerar que as indústrias são um campo de trabalho complexo para a TI, que pode ter que gerenciar um amplo quadro de fornecedores e uma grande backlog.
Mas é importante saber que nem todos os desafios estão relacionados à implementação técnica das tecnologias. Além disso, as TIs devem lidar com a complexidade dos processos, com o engajamento das pessoas com as mudanças e com a rapidez com que os cenários se alteram.
Outra questão que frequentemente é levantada quando se fala em transformação digital nas indústrias é a relação entre TI e áreas de negócios. Esse é um desafio que se relaciona diretamente com os processos e entendimento das necessidades desses setores.
É preciso agir em conjunto para resolver essas questões criando uma interação maior e abrindo espaço para a participação de desenvolvedores cidadãos, ou seja, pessoas de negócios que criam soluções tecnológicas para seus próprios problemas, com supervisão direta da TI. Isso é possível graças a tecnologias como low code ou no code, que diminuem a dependência de conhecimentos técnicos muito avançados.
Ferramentas e soluções com baixo ou nenhum código podem acelerar significativamente o desenvolvimento de soluções, especialmente para as áreas de negócios, evitando projetos longos e caros e reduzindo a backlog de TI.
Por isso, a TI precisa mergulhar em novas formas de trabalhar, assim como a gestão deve adaptar sua visão para se sobressair na indústria 4.0. A transformação digital na indústria não é um momento que vai passar, mas uma transformação que deve ser constante, pois sempre haverá uma novidade, uma nova tecnologia, uma nova forma de fazer acontecer.
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