Gestão de Benefícios Corporativos na Crise: Estratégias Essenciais!
por Suelen Hofrimann em 24/04/2020
Se você chegou até aqui atraído pela nossa chamada “gestão de benefícios corporativos na crise” eu já tenho que te parabenizar por se interessar por esse assunto, mesmo em tempos tão caóticos.
Isso porque se tem uma coisa que infelizmente continua rolando é a quarentena causada pela pandemia da COVID-19 e em períodos assim muitas empresas podem se sentir tentadas a repensar as vantagens de um plano de benefícios para os funcionários.
Entretanto eu vim aqui propor justamente o contrário: estudar quais novos benefícios sua empresa pode oferecer aos colaboradores para que eles consigam passar por essa crise de forma mais confortável e emocionalmente saudável.
Garanto que se preocupar com o bem-estar deles agora trará muitos resultados positivos no futuro, afinal que empresa não está interessada em reter talentos, engajar equipes e melhorar a imagem no mercado, não é mesmo?
Pensando nisso, separei algumas ideias que podem te ajudar com isso:
7 ideias de benefícios para começar a oferecer durante ou depois da pandemia
Convênio
Um estudo do Datafolha, encomendado pela Qualicorp, aponta que, na visão do brasileiro, a única coisa mais importante que o plano de saúde é a casa própria. Para 26% dos entrevistados o convênio é o primeiro item da lista de coisas necessárias para viver bem.
Considerando que a pesquisa foi realizada antes de vivermos uma pandemia causada por uma doença, que já levou mais de 170.000 pessoas ao óbito no mundo todo, você deve concordar que o resultado hoje provavelmente é até maior.
As empresas sabem o quanto o Sistema básico de Saúde é precário no Brasil e, por saberem o quanto os colaboradores valorizam um bom convênio, este é um dos benefícios mais oferecidos nas organizações, mesmo não sendo obrigadas por lei.
E por que este é primeiro item da nossa lista? Porque estamos vivendo um caos na saúde, se sua empresa estava na dúvida se era ou não a hora de oferecer essa segurança ao colaborador acredito que isso mais do que responde.
Além disso, oferecer um bom plano médico pode ser decisivo para um colaborador optar por ficar na empresa, com isso é possível reter e atrair talentos, mas acima disso, oferecer ao funcionário qualidade de vida.
Home office
Não é segredo para ninguém o quanto algumas pessoas valorizam a possibilidade de trabalhar em casa, por isso o home office é um diferencial muito atrativo para as empresas.
O trabalho remoto produz diversos benefícios, não só para a empresa e colaborador, mas para toda as sociedade. Exemplo disso é o desengarrafamento do trânsito que estamos notando nesses tempos de quarentena.
Mesmo assim, apesar do Brasil ser um dos países onde a prática mais cresceu nos últimos anos, sabemos que ainda existiam muitos preconceitos com essa forma de trabalho, mas isso deve mudar consideravelmente daqui para frente.
O mundo pós pandemia promete ser mais adepto ao home office e já tem até estudo apontando que a prática deve crescer 30% quando tudo “normalizar”.
Mas o mais interessante é que, com o coronavírus, trabalhar em casa não aparece mais no pacote de gestão de benefícios corporativos como algo opcional, mas sim como um item de sobrevivência para as empresas.
As organizações que podiam e já adotaram a prática, sem dúvida foram as maiores beneficiadas. E, na era pós pandemia, muitas empresas devem manter o benefício como um diferencial para reter talentos e oferecer mais qualidade de vida ao colaborador.
Vale lembrar que, quanto mais a transformação digital avança, menos opcional o home office se torna, pois os candidatos às vagas terão cada vez menos interesse em trabalhar para empregadores que permanecerem resistentes ao trabalho remoto.
Neste momento também vale a pena investir no bem estar do colaborador, oferecendo itens de trabalho que auxiliem no home office:
- Notebook;
- Mesa;
- Cadeira;
- Telefone;
- Auxílio Internet.
E tudo mais o que a empresa tenha condições de oferecer e que o colaborador possa utilizar para fazer um trabalho melhor.
Leia também: Como fazer um onboarding de RH a distância com sucesso?
PTO (Paid time off)
O que as pessoas querem, será que realmente é só dinheiro que importa?
Com certeza não. Tempo é a nova moeda do século XXI. Todos queremos ter mais tempo, ainda mais em uma sociedade acelerada, ansiosa e atarefada.
Uma pesquisa chamada Employee Benefits Trends Study 2019, realizada pela Metlife, uma empresa de gestão de benefícios corporativos, revelou que o que mais atrai as pessoas é ter mais tempo livre remunerado.
Aqui no Brasil poucas empresas realizam essa prática, mas essas poucas se beneficiam de colaboradores fidelizados e mais satisfeitos.
Esse benefício consiste em folgas remuneradas (Paid time off) e pode ser oferecido de muitas formas. Existem empresas que mais parecem cidades, lá dentro o colaborador tem acesso a uma infinidade de serviços que podem ser realizados em horário de trabalho.
As pessoas passam mais tempo no local de trabalho,então por que não aproveitar para fazer unha, cortar cabelo, receber uma massagem ou fazer compras?
Durante a pandemia obviamente não dá para seguir esse modelo, mas reduzir a jornada de trabalho sem diminuir a remuneração, pelo menos de vez em quando, com certeza vai turbinar a sua gestão de benefícios corporativos.
Você pode, por exemplo, criar um sistema de metas e liberar mais cedo os colaboradores que as atingirem, dispensar no dia do aniversário ou simplesmente reduzir a carga horária durante a quarentena e colocá-las no banco de horas.
Trabalhar menos pode reduzir a ansiedade neste momento e até tornar o trabalho mais produtivo, pois o colaborador trabalha com mais foco.
Horários de trabalho flexíveis
Oferecer horários de trabalho flexíveis é uma decisão que cabe à empresa, mas em algumas ocupações o horário que o colaborador começa ou termina seu trabalho tem pouca ou nenhuma interferência nas entregas.
A flexibilidade nos horários de trabalho, assim como o home office, também é um efeito colateral da transformação digital e derruba diversos tabus que existiam nas empresas.
Durante a pandemia a realidade de trabalhar em casa nem sempre é a mais bonita, porque as pessoas estão lá porque precisam e não porque querem.
Acrescentar na gestão de benefícios corporativos a possibilidade de horários flexíveis pode ajudar muito o colaborador a se organizar melhor entre as tarefas do trabalho e da casa sem impactar suas astividades ou caixa da empresa.
Com isso a relação de confiança entre colaborador e empregador se fortalece, pois o funcionário tem autonomia para reconhecer seus melhores horários e poder se dedicar à família, filhos, cuidados com a casa, estudos e até à saúde.
Psicologia organizacional
Lidar com emoções, sentimentos e angústias em momentos de crise não é fácil, os gestores precisam lembrar do quanto é novo para a equipe trabalhar em casa todos os dias, sem ver os colegas e sendo bombardeados por notícias sobre o coronavírus.
Emoções podem ser muito traiçoeiras e avançar para um ponto onde apenas o RH, o gestor e o próprio colaborador não conseguem gerenciar sozinhos. Nesse caso é preciso ajuda profissional especializada, mas o ideal é não esperarmos chegar a esse ponto.
Ajuda psicológica é um benefício que poucas empresas oferecem, mas que pode até salvar vidas, então pense a respeito.
Contratar um psicólogo organizacional ou oferecer incentivo financeiro para que o colaborador procure por conta própria pode prevenir síndrome de Burnout, ansiedade, depressão e outras doenças ligadas à saúde mental.
Auxílio aprendizagem
O auxílio voltado a educação é mais um benefício que pode retornar para a empresa no futuro.
Em muitas profissões, especialmente as de tecnologia, investir em capacitação é uma forma de resolver um problema de mercado muito sério: a falta de profissionais. E além da reter talentos, investir no aprendizado do colaborador pode até mesmo isentar a empresa de alguns impostos.
Colaboradores mais qualificados produzem com mais qualidade e a empresa pode negociar salários mais competitivos, mas cuidado para não baratear o trabalho deles e acabar perdendo para o mercado.
Se perder, tudo bem! Não pense que investir em educação pode não valer a pena, lembre-se que “Pior do que treinar um funcionário e ver ele sair é não treinar o funcionário e ver ele ficar!”- Frase atribuída a Henry Ford.
Oferecer este benefício durante a quarentena pode ser um grande diferencial e preparar a sua equipe para o retorno, afinal haverá muito trabalho pela frente!
Adiantamentos por demanda
Em países como os EUA é comum o pagamento semanal ou até diário. Já aqui no Brasil se popularizou e enraizou na nossa cultura o que chamamos de “mês-calendário”. Mas não seria ótimo ter o benefício de poder escolher como e quando quer receber?
Já é possível fazer isso com o “pagamento sob demanda”, que é basicamente o benefício do colaborador solicitar pagamento pelos dias trabalhados a qualquer momento.
Uma dificuldade que as empresas podem encontrar ao oferecer esse formato de pagamentos é em relação a manter o controle dessas transações, mas a tecnologia pode ajudar neste quesito, já existem softwares focados em fazer isso.
Vale lembrar que muitas pessoas perderam o emprego e talvez o seu colaborador esteja precisando assumir contas que antes ele não tinha. Por isso, durante a pandemia, vale a pena estudar a possibilidade de oferecer este benefício para ajudá-lo a ter mais controle das finanças.
Em uma boa gestão de benefícios corporativos a maior beneficiada é a empresa!
Tem muitos outros que podem ser acrescentados na sua gestão de benefícios corporativos e que você já deve até conhecer:
- Vale refeição;
- Vale alimentação;
- Auxílio farmácia;
- Convênio com academias online;
- Descontos em serviços ou produtos (parceria com outras empresas).
Mas esses foram os que eu achei mais interessantes para este período que estamos vivendo. Conhece mais algum? Coloque aqui nos comentários para que mais pessoas conheçam também!
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